15 fevereiro, 2006

Ser como um rio que flui

“Um rio nunca passa duas vezes pelo mesmo lugar” diz um filósofo. “A vida é como um rio”, diz outro filósofo, e chegamos à conclusão que esta é a metáfora mais próxima do significado da vida. Por conseqüência, é sempre bom lembrar durante todo o próximo ano:
A] Sempre estamos diante da primeira vez. Enquanto nos movimentamos entre a nossa nascente (o nascimento) ao nosso destino (morte), as paisagens serão sempre novas. Devemos encarar todas estas novidades com alegria, e não com medo – porque é inútil temer o que não se pode evitar. Um rio não deixa de correr jamais.
B] Em um vale, andamos mais devagar. Quando tudo à nossa volta fica mais fácil, as águas se acalmam, nos tornamos mais amplos, mais largos, mais generosos.
C] Nossas margens sempre são férteis. A vegetação só nasce onde existe água. Quem entra em contato conosco, precisa entender que estamos ali para dar de beber a quem tem sede.
D] As pedras precisam ser contornadas. Evidente que a água é mais forte que o granito, mas para isso é preciso tempo. Não adianta deixar-se dominar por obstáculos mais fortes, ou tentar bater-se contra eles; gastaremos energia à toa. O melhor é entender por onde se encontra a saída, e seguir adiante.
E] As depressões necessitam paciência. De repente o rio entra em uma espécie de buraco, e pára de correr com a alegria de antes. Nestes momentos, a única maneira de sair é contar com a ajuda do tempo. Quando chegar o momento certo, a depressão se enche, e a água pode seguir adiante. No lugar do buraco feio e sem vida, agora existe um lago que outros podem contemplar com alegria.
F] Somos únicos . Nascemos em um lugar que estava destinado para nós, que nos manterá sempre alimentados de água o suficiente para que, diante de obstáculos ou depressões, possamos ter a paciência ou a força necessária para seguir adiante. Começamos nosso curso de maneira suave, frágil, onde até mesmo uma simples folha pára nosso curso. Entretanto, como respeitamos o mistério da fonte que nos gerou, e confiamos em sua Eterna sabedoria, aos poucos vamos ganhando tudo que nos é necessário para percorrer nosso caminho.
F] Embora sejamos únicos, em breve seremos muitos. À medida que caminhamos, as águas de outras nascentes se aproximam, porque aquele é o melhor caminho a seguir. Então já não somos apenas um, mas muitos – e há um momento em que nos sentimos perdidos. Entretanto, como diz a Bíblia, “todos os rios correm para o mar”. É impossível permanecer em nossa solidão, por mais romântica que ela possa parecer. Quando aceitamos o inevitável encontro com outras nascentes, terminamos por entender que isso nos faz muito mais fortes, contornamos os obstáculos ou preenchemos as depressões em muito menos tempo, e com muito mais facilidade.
G] Somos um meio de transporte. De folhas, de barcos, de idéias. Que nossas águas sejam sempre generosas, que possamos sempre levar adiante todas as coisas ou pessoas que precisarem de nossa ajuda.
H] Somos uma fonte de inspiração. E portanto, deixemos para um poeta brasileiro, Manuel Bandeira, as palavras finais:
“Ser como um rio que flui
Silencioso no meio da noite
Não temer as trevas da noite
Se há estrelas no céu, refleti-las.
E se o céu se enche de nuvens
Como o rio, as nuvens são água;
Refleti-las também sem mágoa
Nas profundidades traqüilas.”

Edição nº 114 - Guerreiro da Luz

07 fevereiro, 2006

Nós do Cinema

Atualmente estou lendo o livro da Biografia de Fernando Meirelles. Ainda não terminei, quando chegar lá coloco um post com um comentário mais trabalhado. Mas achei fantástica a história da produção Cidade de Deus, uma visão por trás dos bastidores.

Depois de vários curtas, longa-metragem (Menino Maluquinho 2 e Domésticas, o Filme), trabalhos na área de publicidade, a produção de Cidade de Deus foi realmente um grande desafio para Fernando Meirelles.

O trabalho em lugares esquecidos pela sociedade, Meirelles e sua equipe merecem além dos prêmios alcançados com o filme, um especial pelo trabalho feito com a comunidade, criando assim o Nós do Cinema

Quando o processo de seleção de jovens para o elenco de Cidade de Deus, enxergou-se a oportunidade em proporcionar aos jovens de comunidades pobres a possibilidade da inclusão social através do cinema. Além, de descobrir novos talentos.

Os jovens da ONG já fizeram estágios em produções como Olga, Quase Dois Irmãos, entre outros.

Também foi criado a NDC Produções

É um celeiro de novos talentos!

ONGs como esta, ajudam a formar uma sociedade mais justa.

Até a próxima!